Terraceamento: estrutura de proteção contra erosões do solo

2 04 2011

Proteção contra erosões: um complemento necessário para a sistematização da área de produção.

A erosão hídrica dos solos brasileiros tem atingido índices alarmantes. Levantamentos realizados indicam que o Estado de São Paulo perde a cada ano 194 milhões de toneladas de terras férteis, o que representa, em termos de nutrientes, o equivalente a um prejuízo da ordem de 200 milhões de dólares. Em termos de água, perde-se por ano, em forma de enxurrada, um volume de 10 bilhões de metros cúbicos, quantidade esta suficiente para o abastecimento de 100 milhões de habitantes em um ano. Além dessas perdas, que colaboram para a queda de produtividade nas áreas de cultivo, a erosão tem gerado outros danos diretos ao meio ambiente, tais como a poluição e o assoreamento dos cursos de água, de represas e de açudes.

Para um aumento de eficiência no controle dos processos erosivos têm se utilizado várias tecnologias que visam aumentar a cobertura vegetal do solo e a infiltração de água no seu corpo. Nos casos onde a combinação dessas tecnologias é insuficiente costumam-se utilizar práticas mecânicas, em que se recorre a estruturas artificiais, mediante a disposição de diques de terra no sentido transversal das vertentes, visando à quebra da velocidade de escoamento da enxurrada e o conseqüente aumento de infiltração ou condução das águas excedentes das chuvas no solo.

Dentre as práticas de caráter mecânico, o terraceamento tem sido indicado como um dos sistemas mais eficientes na diminuição de perdas de água e solo em áreas cultivadas. Entretanto, para o êxito nesse mister, o planejamento de um sistema de terraços deve levar em conta o correto dimensionamento dos espaços entre os mesmos e de suas seções transversais, sem o que, essa prática poderá tornar-se um fator agravante dos processos erosivos. O preparo conduzido de forma racional pode permitir alta produtividade das culturas; irracionalmente utilizado pode levar um solo à sua destruição completa, em apenas alguns anos de cultivo intensivo.

O Serviço de Conservação de Solos dos Estados Unidos define terraço como um dique e um canal, ou uma combinação de diques e canais, construídos transversalmente ao sentido de uma rampa (vertente), com o intuito de diminuir a velocidade da enxurrada e a conseqüente desagregação e arraste das partículas. Atualmente existem algumas classificações quanto à função, o tipo de construção e as dimensões dos terraços agrícolas. Os terraços, quanto à sua função, podem ser de dois tipos:

§  terraço de armazenamento, o canal do terraço é em nível e toda a água coleta da enxurrada é infiltrada. Para isso  constroem-se os terraços com suas extremidades fechadas. Esse tipo de terraço aplica-se em solos com boa permeabilidade, profundos e com baixo gradiente textural em seu perfil.

§  Terraço de drenagem: com gradiente no canal, onde a água que excede à infiltração natural dos solos deve ser disciplinadamente conduzida aos canais escoadouros naturais ou artificiais, localizados nas extremidades dos canais.

Quanto à forma de construção dos terraços para a formação do canal e do camalhão devem se levar em consideração as máquinas e implementos disponíveis. A movimentação de terra pode ser feita de duas maneiras, dando origem a dois tipos básicos de terraços:

§  Nichols: construído cortando-se a terra e movimentando sempre de cima para baixo; portanto a terra que forma o camalhão é retirada da faixa imediatamente superior, resultando nela o canal, tendo em vista que o camalhão é formado através de tombamentos sucessivos sempre para baixo.

§  Mangum: construído “tombando” de cima para baixo e de baixo para cima,  ora num sentido ora no outro, alternadamente.

Quanto à largura da faixa de movimentação de terra (dimensão), os terraços podem ser classificados em :

§  Base estreita: também conhecido como cordões em contorno, de uso restrito a pequenas lavouras, em terrenos inclinados.

§  Base média: de 3 a 6 m de largura, podendo ser cultivados na maior parte de sua extensão.

§  Base larga: de 6 a 12 m de largura, considerados os verdadeiros terraços, sendo recomendados para lavouras extensas, com declives de até 8%

Para o correto dimensionamento de terraços deve-se levar em consideração a declividade média da área, comprimento da vertente, cultura a ser estabelecida, cobertura vegetal, volume esperado de água, entre outros. aspectos importantes para a eficiencia de todo sistema. Sem duvidas fica evidente a importancia de um adequado projeto de conservação de solo utilizando estruras de contenção como o terracemaneto, para uma adequada sistematização de operações mecanizadas na área. Nos próximos artigos serão abordados assuntos referentes as máquinas, equipamentos e implementos necessários para a implementação de terraços agrícolas.

 

 


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4 responses

13 06 2012
Leonardo

ai maneiro!!!

13 06 2012
Leonardo

valeu cara

8 02 2013
Gabriel

Não, falando sério, isso me ajudou, em questões de geologia.

30 08 2013
andreia

muito bom!!!

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