Minicarregadeiras agilizam a produção agrícola

7 09 2012

Provavelmente, você já viu uma minicarregadeira ao redor de locais de construção de edifícios comerciais, construção de rodovias ou até mesmo em projetos de terraplenagem. Seu pequeno porte e grande capacidade de manobra permitem que esses tipos de equipamentos operem em espaços reduzidos, fazendo com que sejam utilizadas nas mais diversas aplicações. Esses equipamentos se caracterizam pelo seu baixo peso permitindo assim que sejam rebocadas atrás até mesmo de uma caminhonete e a ampla gama de ferramentas de trabalho as tornam muito flexíveis.

As Skids, como também são conhecidas são usadas para escavar e mover aterros e materiais de construção. Mas as máquinas também podem nivelar o solo, atuar como marteletes hidráulicos, valetadeiras, perfuratrizes além de carregarem caminhões, assim como realizarem atividades de suporte no setor agrícola.

Os sistemas de acionamento da minicarregadeira ou skid não utilizam transmissão mecânica, pois ao invés disso a máquina é equipada com bombas e motores hidráulicos que fornecem potência para as rodas ou esteiras. Cada lado da máquina é energizado por um motor hidráulico, sendo cada um conectado a uma roda dentada, e cada roda dentada se conecta por duas correntes a cada roda. Esse sistema denominado tandem, tem como finalidade distribuir a potência de um único motor hidráulico para ambas as rodas e forcenrem uma redução por engrenagens aumentando assim o torque final. Em uma minicarregadeira o trem de força consiste basicamente de um motor diesel, normalmente de 2.2 litros atingindo uma faixa de potencia de 43 a 83 hp, podendo ter alimentação natural ou turbo e um conjunto de quatro bombas hidráulicas, sendo duas bombas de deslocamento variável que fornecem energia para as rodas, uma bomba de deslocamento fixo que fornece energia hidráulica para os braços de carregadeira e os acessórios e uma bomba de deslocamento fixo de menor capacidade fornece energia hidráulica para a circulação de fluido hidráulico através dos filtros e alimenta a pressão para os controles do piloto.

No setor agrícola, mais especificamente na área avícola as minicarregadeiras vem desempenhando um papel importante no que diz respeito a agilidade e suporte nos processos de produção. Esse tipo de máquina são utilizados em vários processos na avicultura como: varrer o galpão ao final da jornada, retirar e recolocar as camas de frango, movimentar milho e farelo para a fabricação de ração, abastecer os silos dos comedores automáticos, carregar os caminhões com esterco dos aviários e, equipadas com garfo pallet, carrega os caminhões com caixas de frango. Experiencias práticas mostram que a minicarregadeira faz a limpeza de uma granja de três mil metros quadrados em único dia, utilizando a mão-de-obra de duas pessoas: uma para operar a máquina e a outra como ajudante. Manualmente, esse trabalho leva até cinco dias com a mão-de-obra de 18. O processo de limpeza e reposição da cama ocorre da seguinte forma: equipada com uma caçamba, a máquina retira a cama; depois, equipada com vassoura, faz a limpeza mais fina do local. A reposição da cama é realizada com a mesma minicarregadeira equipada com caçamba devido a sua facilidade de troca de implementos, pois o engate rápido manual permite a troca entre caçamba e outros implementos e alguns minutos.

Além disso, estes equipamentos dentro dos setor agrícola são responsáveis por atividades como abertura de valetas de drenagem e tubulações de irrigação, carregamento de calcário, recolhimento de palhada e coberturas vegetais soltos no solo, carregamento de coxo, diversos tipos de armazenamento e movimentação de carga, entre outros.  Atualmente, estes equipamentos são pouco explorados no setor devido ao desconhecimento deste tipo de equipamento e tecnologia. Porém experiencias práticas de diversas empresas do segmento comprovam um aumento de produtividade e agilidade, e outros beneficios que estas máquinas geram ao produtor. Além de possibilitarem a mecanização da agricultura familiar, devido ao seu baixo custo de aquisição.

Danilo Carlos Silva

Engenheiro Agrícola





Operações mecanizadas severas na agricultura, exigem o máximo de máquinas e equipamentos em diversas aplicações

7 10 2011

Atualmente, neste novo cenário agrícola baseado cada vez mais em máquinas e operações de alto rendimento aliado com um bom momento da  economia brasileira às políticas de incentivo financeiro para a produção de açúcar e álcool, as empresas do setor despontam como grandes consumidoras de equipamentos pesados, utilizados em suas lavouras e usinas de processamento. Além das usinas em implantação, principalmente nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás, a ampliação das unidades já em operação impulsiona a demanda de carregadeiras de rodas, motoniveladoras e escavadeiras hidráulicas, entre outros equipamentos que marcam a mecanização no campo ou substituem outros tipos de máquinas utilizadas no passado.

Exemplo disso é a substituição dos tratores de esteira pelas carregadeiras de rodas para a execução de curvas de nível – pontos da superfície do terreno com a mesma altitude – durante o processo agrícola que antecede o plantio. Nesse caso, a manobrabilidade e agilidade das carregadeiras proporcionam maior velocidade à execução desse tipo de trabalho. Os ganhos de produtividade também estão associados a outras variáveis, como a composição do material carregado, as condições do relevo e a distância de operação.

Sem dúvida,  o menor consumo de combustível das carregadeiras em relação aos outros tipos de equipamentos, além de sua versatilidade, pode explicar sua crescente utilização na execução de curvas de nível. “Se for mal elaborado, esse procedimento pode causar perda da qualidade e do rendimento das operações motomecanizadas seguintes e, por consequência, reduzirá a produtividade agrícola para a usina”, afirma Francisco Cabeça, responsável pela gestão da frota de equipamentos da Usina Santa Cruz.

Outra atividade desempenhada pelas carregadeiras em uma usina sucroalcooleira está atrelada à movimentação de bagaço de cana-de-açúcar. Nesse caso, as máquinas enfrentam as adversidades impostas por essa aplicação, na medida em que o manuseio de bagaço se dá em um ambiente com grande quantidade de resíduos em suspensão no ar. Tais resíduos, se acumulados nos componentes, poderão ocasionar uma série de problemas ao bom funcionamento dos equipamentos.

O acúmulo de bagaço compromete toda a troca térmica no sistema de arrefecimento do motor, proporcionando seu superaquecimento e comprometendo a vida útil do equipamento. Isto resulta em alto custo para o reparo do motor. Outro fator importante está relacionado à segurança da operação, na medida em que o motor fica suscetível a incêndios diante do acúmulo de bagaço, um material extremamente comburente.

Além disso, como as pilhas de bagaço são muito altas, as carregadeiras demandam elevada força de tração nas rodas traseiras. Nesse cenário, os principais fabricantes do setor investem em soluções que atendam às mais diversas exigências das usinas, contribuindo, inclusive, para sua maior produtividade. As carregadeiras desenvolvidas para atuar nesse segmento incorporam tecnologias e acessórios que aumentam a produtividade e segurança durante a operação, além de maximizar a vida útil do equipamento. Entre outras adaptações, elas são equipadas com um sistema de hélice hidráulica reversível para evitar o superaquecimento do motor pelo acúmulo de resíduos de bagaço no sistema de arrefecimento.

Por meio de um ventilador reversível instalado dentro do módulo de refrigeração e acionado a partir da cabine, o operador remove as partículas em segundos, permitindo a limpeza dos radiadores sem a necessidade de parada do equipamento. Em um sistema convencional, com o equipamento trabalhando em três turnos, durante 365 dias do ano, a carregadeira ficaria aproximadamente sete dias parada para limpeza.

A medida que a agricultura se moderniza e os processos se tornam cada vez mais precisos, as exigências sobre os equipamentos e máquinas aumentam, fazendo com que surja uma tendencia de utilização de máquinas pesadas no campo, na qual já representam cerca de 5% de mercado dos grandes fabricantes de máquinas de construção e mineração. Com o passar do tempo, novas aplicações são encontradas para este tipo de máquinas, exigindo assim um contínuo desenvolvimento tecnológico destes equipamentos, que encontram situações das mais variáveis.

Danilo Carlos Silva

Referências Bibliográficas:

Revista M&T – Manutenção e Tecnologia

 





Mecanização Agrícola – História e as tendências do mercado

28 05 2011

Atualmente o sucesso da agricultura provém da aplicação dos inúmeros conhecimentos técnicos e práticos de cultivo que visam à obtenção de alta produtividade, com a melhor utilização dos recursos disponíveis, preocupando-se com o meio ambiente e das pessoas envolvidas neste árduo trabalho, tendo a lucratividade deste sistema maximizada. Portanto, esses conhecimentos tendem a ser praticados de uma maneira sustentável para garantir a utilização desses recursos pelas gerações futuras.

A história da agricultura se inicia quando o ser humano deixa de ser nômade, ou seja, pessoas que não possuíam habitação fixa, passando a desenvolverem o próprio alimento numa determinada área para atenderem as necessidades de um número de indivíduos, numa certa distância. Sabe-se que a utilização de paus e pedras, por volta de 8.000 a.C, foram os primeiros instrumentos criados para serem utilizados na busca pelo aumento da produtividade agrícola. O desenvolvimento do primeiro arado de lâmina de madeira no século 13 e, por volta de 1.600 são desenvolvidas na Europa produtos como semeador mecânico, abanador de cereais, puxados por bois, burros, cavalos ou acionados pelo braço humano (ANFAVEA, 2011).

Através do reconhecimento do homem que a utilização de tais instrumentos facilitava o trabalho e simultaneamente aumentavam o rendimento e a produtividade em campo, foi inevitável a criação de máquinas voltadas especificamente para o campo, dando inicio a chamada agricultura moderna em 1850. A partir deste marco e com o crescimento cada vez maior da demanda de alimento mundial, o número de máquinas utilizadas nos diversos processos do sistema de produção agrícola que são adquiridas pelo produtor rural tem sido crescente, visando investimento em campo.

                A tendência para a agricultura está na utilização de máquinas com motores de maior potência, que possuem em seu sistema operacional alta tecnologia para auxílio do operador (GLOBO RURAL, 2011). Estes fatores se justificam pelos seguintes motivos: Com a abertura de áreas em regiões com potencial produtivo e com a incerteza do clima, que podem reduzir a janela operacional de uma determinada atividade, fazem com que o produtor necessite de um conjunto máquina-implemento que traga maior rendimento operacional. Por isso a utilização maior potência dos tratores devido o uso de implementos maiores.  Já em relação à aquisição de máquinas com alta tecnologia instalada se dá ao auxilio para a tomada de decisão do operador, ao quais problemas com a falta de treinamento e experiência do operador é reduzida, há maior controle da máquina através de indicadores de rendimento e eficiência, redução do consumo, menor poluição ambiental, maior conforto reduzindo a fadiga do operador, melhor qualidade operacional, entre outros, que aumentam a produtividade da lavoura e reduzem custos de produção.

Uma desvantagem do uso de máquinas maiores se deve ao aumento da compactação do solo, já que são mais pesadas. Por isso, técnicas operacionais em condições adequadas de trabalho precisam ser seguidas para reduzir os adversos causados pela compactação.

Para finalizar: com desenvolvimento de pesquisas, realizando-se o manejo adequado e a utilização da mecanização no campo, o homem possui grande potencial de obter a matéria prima, em especial o alimento, para atender a demanda atual e futura da população, de forma eficaz e cada vez mais eficiente, sem comprometer o meio ambiente, local onde somos integralmente dependentes.

 

Mateus T. Zerbinati

 

Referências Bibliográficas:

Revista Globo Rural, Edição Especial, maio 2011.

Site consultado:

http://www.anfavea.com.br/50anos/154.pdf